Monday, May 26, 2008

 

Sentido da vida II

Qual o sentido que devemos buscar na vida? A felicidade? A satisfaçao das necessidades e prazeres imediatos? Talvez em um curto prazo pareça bom, mas é insustentável como "política de vida".
Ou seria o ideal a busca por algum tipo de melhoria constante, uma busca contínua pela evoluçao pessoal? Essa nem sempre tem os resultados visíveis e muitas vezes gera frustraçoes e sentimentos adversos, além de atitudes nem sempre compreendidas.
Já fui o homem mais feliz do mundo, abri mao do que tinha por uma busca, sem saber o que estava procurando. E sem saber o que encontrei, se é que encontrei.
Olho pra trás e já nao vejo o início do caminho. Olho adiante e o caminho tampouco tem fim. A única certeza é que uma encruzilhada mal decidida (no par ou ímpar provavelmente, e a sorte é uma dama volúvel) terá um destino completamente diferente.
Seus atos te definem como pessoa. Seus pensamentos indicam um ideal de pessoa a alcançar. Enquanto algumas de suas açoes estao condenadas a se repetir para todo o sempre, seu ideal de pessoa muda constantemente e veste novos disfarces. E a diferença entre eles só aumenta.
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Tuesday, April 22, 2008

 

Sentido da vida

Onze da manhã e já estava bêbado. Barba de três dias, desde sexta não a fazia, jogado no sofá. Poderia se pensar que estava morto, se não fosse por sua mão, que segurava a lata de cerveja como se sua vida dependesse daquilo. Talvez dependesse.

O telefone toca novamente, deve ser o babaca do meu chefe, e toca até morrer no silêncio. Mais uma lata vazia, rola pelo solo lentamente. E junto a casa jaz no silencio agonizante daquele corpo estendido no sofá.

Se levanta, e tenta caminhar até a cozinha. Parece que a máfia italiana lhe meteu chumbo nos pés mas esqueceu de jogá-lo no rio mais próximo. E se arrasta até a cozinha, em busca de mais uma cerveja.

As latas se amontoam no chão da casa. O telefone volta a tocar, cala a boca filho da puta, e se cala no chão, agora despedaçado.

O sol, com esforço, entra pela janela da casa, através das pesadas cortinas, para logo ir morrendo na tarde sem sentido. Nada parecia fazer sentido naquela segunda-feira. Tom se levantou e se sentiu sem forças para ir trabalhar e pensou que talvez uma cerveja pudesse ajudar. Nenhuma das três ajudaram, mas então ele já estava conformado com a situação, sentado no sofá segurando a quarta.

Logo já havia mais latas que dias da semana e em busca de alcançar o mês. Isso não parecia incomodá-lo. O fato de logo ter que descer para comprar mais sim que lhe aterrorizava e mais tarde do que cedo teve que fazê-lo.

Ainda de chinelos e com a roupa que havia dormido, não conseguiu chegar ao mercado. Parou no primeiro bar que viu e pediu uma garrafa. Acabou e pediu outra. Se levantou e voltou a casa, direto à cama.

Amanhã tem que trabalhar.



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Sunday, November 25, 2007

 

Ao meu pai

Os verões na praia da minha infância sempre foram lentos. Ou é a infância que se demora a passar, como um trem que sai lentamente da estação até alcançar velocidade. Aquelas férias dos meus sete anos, em especial, parecem ter tomado alguns anos da minha vida.
Pensando em retrospectiva, não consigo me lembrar com clareza daqueles meses entre o acidente e o início da recuperação. Minhas memórias são um pouco confusas e incompletas, possivelmente com muita imaginação para cobrir as lacunas. Mas, definitivamente, não consigo encaixá-las todas apenas naquele ano de 1990.
Lembro-me de uma tarde quente em que tudo parecia normal, até mesmo a saída, que já me parecia demorada, de meu pai. Crianças na rua, vizinhos conversando sobre os muros, diversão em todas as casas.
O clima começou a mudar quando minha mãe também sumiu. As brincadeiras na vizinhança deram lugar a conversas reservadas, pelos cantos da casa. A rua estava deserta em uma tarde de sol. A temperatura, quente, havia se tornado abafada, sufocante, insuportável. Apesar disso e, mesmo improvável, só consigo me ver nessa cena com uma blusa de malha que tinha nessa época. Suor quente a descer por fora e o frio, a incerteza a crescer por dentro.
Nossa casa, sempre de portas e portões abertos, só a vejo fechada, como se noite adentro. Como se morta.
Esse era o clima que me lembro, e todos adiavam me dar uma explicação. Quando se tem sete anos, nunca te explicam nada direito. A malha não deve ter sido suficiente para cobrir a insegurança. Nem todos os cobertores da casa o seriam.
Recordo-me de cenas isoladas, de palavras jogadas no ar, talvez entreouvidas nas conversas de meus primos, entreouvidas entre os adultos.
Impossível me lembrar daquele reveillon. Lembro-me de brincadeiras inventadas por meus primos para me animar, porém creio que eu era o que menos entendia a situação.
Nos meses seguintes eu não vi meu pai. Sabia que estava no hospital, ouvia histórias, mas, por algum motivo, eu não podia vê-lo. Gente estranha a mim entrava e saía todos os dias, o tempo todo, de casa, mas o único rosto que eu queria ver não aparecia nunca.
Quando finalmente apareceu, o objetivo passou a ser entender o que o tal do “McDonald´s” fazia ali, o que foi rapidamente compreendido, dada a visível fragilidade do meu pai.
Depois de tantos anos, no meu mundo, longe, queria recuperar o tempo perdido com ele. Lembro-me de tentar acompanhar as sessões de filmes noturnas, mas só para acordar no fim e concordar que foi um filmaço. Ou, mais comum, me levantar no dia seguinte sem me lembrar como fui parar na cama.
Desde que tudo aconteceu, ouço que a “absolvição” foi o filho de sete anos ainda a criar. Tenho quatro irmãs, cinco mulheres em casa. E um único pai que deveria valer por todas, ser o único exemplo masculino para um garoto seguir e construir seu caráter.
Se hoje sou a pessoa que sou, devo a todos que cruzaram meu caminho. Se sou o homem que sou, grande parte a ele, que teve o trabalho mais difícil – o de criar bases a serem seguidas pelo resto da vida.
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Friday, November 23, 2007

 

Ao mar

Decidi seguir meu proprio conselho e me livrar de toda a carga. Colocar tudo, lembranças histórias, sentimentos, desejos e perspectivas em uma garrafa de vodka, vinho ou whisky ou do que for, selar com cera de vela e jogar a "la mar". Ela sempre traz tudo de volta à praia e, nesse dia, já vou estar pronto pra recuperar tudo isso. Ou, na pior das hipóteses, esvazio nova garrafa...
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Mudanças

...e passaram os minutos, as horas, os dias sem que se desse conta. E chegou Natal, Ano Novo, e tudo continuava exatamente igual. O tempo passava, a paisagem mudava, mas ainda era o mesmo, ainda pensava igual, seus valores não haviam mudado. O que mudou, foi a base de comparação.
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Tuesday, November 20, 2007

 

Por que

...o medo de perder o que tenho, se só o que tenho a perder é o medo?
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Thursday, November 08, 2007

 

Novas tecnologias



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Wednesday, November 07, 2007

 

E Deus...

...fez o nosso mundo com 92 elementos químicos. E eu mudo o meu com 26 letras.
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