Tuesday, April 22, 2008

 

Sentido da vida

Onze da manhã e já estava bêbado. Barba de três dias, desde sexta não a fazia, jogado no sofá. Poderia se pensar que estava morto, se não fosse por sua mão, que segurava a lata de cerveja como se sua vida dependesse daquilo. Talvez dependesse.

O telefone toca novamente, deve ser o babaca do meu chefe, e toca até morrer no silêncio. Mais uma lata vazia, rola pelo solo lentamente. E junto a casa jaz no silencio agonizante daquele corpo estendido no sofá.

Se levanta, e tenta caminhar até a cozinha. Parece que a máfia italiana lhe meteu chumbo nos pés mas esqueceu de jogá-lo no rio mais próximo. E se arrasta até a cozinha, em busca de mais uma cerveja.

As latas se amontoam no chão da casa. O telefone volta a tocar, cala a boca filho da puta, e se cala no chão, agora despedaçado.

O sol, com esforço, entra pela janela da casa, através das pesadas cortinas, para logo ir morrendo na tarde sem sentido. Nada parecia fazer sentido naquela segunda-feira. Tom se levantou e se sentiu sem forças para ir trabalhar e pensou que talvez uma cerveja pudesse ajudar. Nenhuma das três ajudaram, mas então ele já estava conformado com a situação, sentado no sofá segurando a quarta.

Logo já havia mais latas que dias da semana e em busca de alcançar o mês. Isso não parecia incomodá-lo. O fato de logo ter que descer para comprar mais sim que lhe aterrorizava e mais tarde do que cedo teve que fazê-lo.

Ainda de chinelos e com a roupa que havia dormido, não conseguiu chegar ao mercado. Parou no primeiro bar que viu e pediu uma garrafa. Acabou e pediu outra. Se levantou e voltou a casa, direto à cama.

Amanhã tem que trabalhar.



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